terça-feira, 22 de maio de 2012

Cúpula dos Povos propõe agroecologia e agricultura familiar contra a crise


“Essa combinação de agroecologia com agricultura familiar, é o potencial maior do ponto de vista de resultados e do ponto de vista social, econômico e ambiental”, diz Jean Marc van Der Weid, economista e ambientalista, integrante da Articulação Nacional de Agroecologia. Cúpula dos Povos fará denúncia das falsas saídas para a atual crise socioambiental e apresentará soluções práticas já existentes contra essa crise.

Rodrigo Otávio


Rio de Janeiro
- A Cúpula dos Povos, evento paralelo a Rio + 20 que acontecerá entre 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, trabalhará em três frentes principais em relação à conferência oficial das Nações Unidas a ser realizada no Riocentro entre 13 e 22 de junho, quando chefes de estado debaterão o desenvolvimento sustentável. No Aterro do Flamengo, os objetivos, além do fortalecimento dos movimentos sociais nacionais e internacionais, serão a denúncia das falsas saídas para a atual crise socioambiental e a apresentação de soluções práticas já existentes contra essa crise.

Uma dessas soluções é a agroecologia, que produz alimentos sem o uso de agrotóxicos, não maltrata o solo e gera empregos e renda a partir da agricultura familiar. “Essa dupla, essa combinação de agroecologia com agricultura familiar, é o potencial maior do ponto de vista de resultados e do ponto de vista social, econômico e ambiental”, diz Jean Marc van Der Weid, economista e ambientalista, integrante da Articulação Nacional de Agroecologia, ressaltando a importância de ela não poder ser operada integralmente em sistemas de grandes propriedades. “Ela não tem nenhuma necessidade, ao contrário do que diz o pessoal do agronegócio, de expandir novas áreas de cultivo. Tem um potencial produtivo suficiente para alimentar a população, economia de água, economia de energia. Enfim, tem todas as capacidades de responder a um conjunto de questões”.

Questões integrantes da crise socioambiental como a pobreza contemporânea decorrente da marginalização e expulsão dos trabalhadores agrícolas para as zonas urbanas. “Quando você trabalha em agroecologia, você procura a máxima diversidade possível, porque você tenta aproximar um sistema artificializado, que é a agricultura, dos sistemas naturais. Nós estamos lidando portanto com um sistema que vai ser tão diversificado que a mecanização vai ser limitada. Se é assim, se esta é a economia que a gente vê para o futuro, significa que nós vamos precisar de muito mais camponeses do que nós temos hoje”, diz van Der Weid.


Uma SP volta ao campo

Na realidade brasileira, o ambientalista faz um cálculo estimativo de cerca de 15 milhões de famílias, quase a população da grande São Paulo, em condições de ocuparem o espaço produtivo, “no lugar das áreas degradadas que seriam recuperadas e no lugar dos aproximadamente 60 a 70 milhões de hectares que estão na mão do agronegócio”, afirma ele. Dos cálculos para a realidade vai um longo caminho, e van Der Weid sabe que implica em uma questão política fundamental. “É uma mudança de base social no campo radical. Você tem que caminhar para a substituição de uma categoria do agronegócio para a categoria da agricultura familiar empregando a agroecologia como sistema produtivo”.

Sem o enfrentamento dessa questão política que a Cúpula dos Povos propõe e sem essa mudança da base social do campo, o integrante da Articulação Nacional de Agroecologia vê as saídas apontadas pela dita “economia verde” como um cinismo atroz. “Ela é mais do mesmo! Mais agrotóxico, mais transgênico, mais adubo químico. E a justificativa ‘green’ é porque isso vai evitar que se façam novos desmatamentos. Então os produtores de pesticidas dizem isso: ‘somos verdes!’, mas eles são mais venenosos”.

Mercado


Jean Marc van Der Weid também descontrói a versão dos transgênicos apresentada como “solução estratégica” da chamada economia verde. “Não vamos ter nenhuma vantagem do ponto de vista econômico. Ao contrário! Todos os lugares que ela conseguiu entrar e controlar você teve recuo na produtividade e na economicidade destes produtos. Então por quê domina? É o controle de oferta! Você chega em diversos setores e tem uma imensa concentração de controle de produtos essenciais, no caso, sementes. Não é lógica econômica! Se chama simplesmente poder. Você ter ou não ter poder de fogo, na economia e na política”.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Experiências Agroecológicas (São Miguel do Gostoso - RN)

    No dia 23 de abril, o NEA junto com um grupo de estudantes da UFERSA Campus Mossoró, visitou comunidades de pequenos agricultores da microrregião do Litoral Nordeste e na Mesorregião do Leste Potiguar, nesta experiência os dois grupos vivenciaram ações agroecológicas dispostas em atividades como, cultivo de hortaliças, frutíferas e cereais, além da confecção de roupa íntima, os espaços dispostos para esta produção são assentamentos da região. Motivados pela causa agroecológica, cooperativas, grupo de mulheres, e líderes dos assentamento uniram seus potenciais e iniciaram uma Feira Agroecológica no município de São Miguel do Gostoso, esta iniciativa já é reconhecida por toda região e tem atraído cada vez mais pessoas.
     A Feira Agroecológica é apenas um dos resultados do trabalho em grupo feito por estes agricultores que visam princípio da economia solidária e do comércio justo, esta ação não se detém a venda de produtos agroecológicos, mas a construção e consolidação de um saber sustentável, tendo em vista que o processo que os levou a este caminho da valorização e resgate da agricultura familiar.
   Estes pequenos agentes da transição agroecológica passaram por processos de elaboração de processos, trabalho voluntários, conflito e negociação, gestão ambiental até chegar a autogestão até conseguir motivar mais agentes, promovendo controle social e participação ativa de muitos assentados!













NEA NO VII CBA

O VII Congresso Brasileiro de Agroecologia, reuniu em Fortaleza-CE 2.624 profissionais do ensino, da pesquisa e da extensão, estudantes, agricultores e agricultoras de todo o Brasil para debater o tema “Ética na Ciência: Agroecologia como Paradigma para o Desenvolvimento Rural”. A definição deste tema para o nosso Congresso partiu da constatação de que as instituições científicas em nosso país vêm sendo cada vez mais utilizadas como instrumento de legitimação de decisões políticas que aprofundam um modelo de desenvolvimento insustentável, que acentua as desigualdades sociais e destrói a base de recursos naturais necessária à Vida. Dentro destas ações o NEA do IFRN campus Ipanguaçú, foi de encontro ao intercâmbio de experiências e trocas de saberes proporcionado pelo evento.







quinta-feira, 26 de abril de 2012

1° Caminha Ecológica


Do que se trata:
A caminhada ecológica é uma iniciativa do NEA (Núcleo de Estudos em Agroecologia) que será usada como ferramenta para a recepção dos novatos, técnicos em Agroecologia e os alunos da nova modalidade, técnicos em meio ambiente. Esta proposta se faz necessária pela necessidade de conquista do NEA por alunos da área, fazendo então a ponte entre este órgão e estes discentes!

Objetivo: 
Esta iniciativa visa à aproximação dos alunos com suas respectivas áreas, a apresentação da Fazenda Escola e da reserva florestal, objeto de estudo dos demais, além de demonstrarmos nesta proposta que o NEA não detém as paredes de sua sede. Esta estratégia nos possibilitará um grande marco inicial do ano letivo para esses alunos, tal ideia pode se tornar rotineira, de forma a acontecer anualmente!